domingo, 31 de maio de 2009

Aos Livros












Aos livros, leitores.

Aos homens, dignidade.

Aos sem teto, casa.

Aos deficientes, oportunidade.


Aos políticos, ética.

Aos culpados, perdão.

Aos pés, guia.

Aos cupidos, coração.


Aos nervos, camomila.

Aos negros, respeito.

Aos lábios, outros.

Aos homens, direitos.


Aos famintos, comida.

Aos sábios, voz.

Aos formados, empregos.

Aos rios, foz.


Às lágrimas, consolo.

Ás leis, cidadãos.

Às flores, água.

Às crianças, educação.


Às mulheres, vez.

Às carteiras, dinheiro.

Às correntes, chave.

Às navegantes, e-mail.


Ao amor, cúmplice.

Ao corpo, sentidos.

Ao samba Buarque.

Ao crime, foragidos.


Ao enfermo, saúde.

Ao desbotado, tinturaria.

Ao surf, onda.

Ao solitário, companhia.


À dúvida, resposta.

À juventude, maturidade.

À seca, chuva.

À cidade igualdade.


À conquista, mérito.

À escuridão, lampião.

À testemunha, segurança.

À pressa, imperfeição.


A MIM, O QUE FAZER





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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Enredo Anônimo



Desde de menino eu nunca fui bom pra nome, deve ser porquê até hoje eu não me conformei com o meu: Autêncio Vislêncio Clemêncio Neves. Querendo, ou não, me tornei o Neves. Por facilidade, ou por gentileza, o povo me batizou assim.

Lembro-me do meu primeiro zero, foi quando, na prova de História do Brasil, eu narrei tudo sobre o “descobrimento”, mas esqueci o nome do homem. Hoje, Bento Álvares Cabral não me saí da memória, é fogo...

E a Patrícia... No dia em que fui pedi-la em namoro ela parecia uma princesa, no fundo ela sabia que àquela seria uma data marcante nas nossas. Seria, se eu não tivesse trocado o nome dela. Mas isso não é mais problema, estou casado, bem casado, tenho seis filhos, todos os cinco meninos se chamam Walmyr, sempre acompanhado por um segundo nome. Walmyr Quinto é o caçula dos meninos, o mais velho é Walmyr Primeiro. A menina, mais nova de todos, chama-se Wilma Primeira.

Na adolescência eu tive um cachorro que fugiu de casa, eu até o vi saindo, corri, mas era tarde demais, eu não sabia o nome dele. Eu sempre tive muitos amigos, a solução era chamá-los assim: Amigo!!! E hoje, do motorista do ônibus, ao meu inquilino são meus amigos.

Minha esposa Dó (Dorotééééééééira), acha mesmo que eu nunca aprendi o nome dela. Puts, e o meu primeiro carro!!! O nome dele está na ponta da língua, mas nem cuspindo sai.

- Dó, como era o nome daquele meu carrão vermelho?
- Dorotééééééééira!!!
- Não amor, o nome da sua mãe eu sei, eu quero saber o do carrão.

Doutor, não vou mais me estender, a Dó está me dando uns tabefes, mas conto com a sua ajuda para resolver o meu problema.

Atenciosamente:
Carlos.