quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Puritanos, Pecadores e o Frevo

Assistir a um show da SpokFrevo é sempre uma sensação maravilhosa, não há como definir sabe, apenas sentir, e muito.

Em um teatro, quando todos estavam sentados, eu podia ver muitos foliões dançando com todos os seus órgãos. Mesmo que visivelmente só mexessem os olhos pra piscar, muito rápido, afim de não perder nada.

Mesmo não sendo uma tarefa fácil pra mim, eu quase não me mexi, mas já o meu coração, ele fez cada tesoura que saiu cortando com golpes de felicidade as partes mais intimas do meu corpo. E durante várias momentos eu tive que fechar minha boca rapidamente, caso contrário, o mesmo velho coração estaria hoje vagando, ou melhor, pulando por todos os cantos do teatro.

Ser pernambucana é acordar todos os dias com a certeza de que não há terra em que as pessoas mais absorvam e criem cultura todos os dias como a minha. Ser pernambucana, e ainda poder ouvir a orquestra de Spok no quintal de casa, é um presente singular e bem ritmado; instigante.

Eu que não vivo sem música, sempre a respeito mais quando vejo a Spok tocar. Só a boa música mesmo pra unir folia e religião, só mesmo um frevo bem feito para unir em uma só noite boa ação, igreja católica e carnaval.

Ontem, tanto os mais puritanos, quanto os pecadores, e os que sempre admiraram o frevo, puderam ter a mesma sensação: excitação com os ouvidos, com os olhos, com o coração e com o que mais quisesse. Ontem, o sagrado deu espaço aos homens de preto, que com seus metais dourados nas mãos fizeram, e fazem, um verdadeiro céu na terra.

Parafraseando Eliseu Gomes eu posso dizer que ontem pude ver “anjos frevando naquele lugar, no meio do povo, em cima do palco, subindo e descendo em todas os passos”.

Amém e Evoé!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O lado bom do pesadelo

Essa noite eu tive um pesadelo

E gritei como quem vai pra forca

Tive medo e não conseguia detê-lo

Meu marido me abraçou com força

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Me deixa

Me deixa sentir o que eu quero
Me deixa rimar seu desespero
Que na noite quente eu me intero
Debaixo do meu travesseiro

Me deixa gritar o teu medo
Me deixa sorrir sem razão
Que de dia só resta o desprezo
Pra os que não amam um coração

domingo, 17 de outubro de 2010

Por Gilson Oliveira

Pessoal:



Basta a gente dar uma rápida navegada pelo noticiário para chegar à conclusão que essa é uma das mais importantes eleições dos últimos anos, porque, ao que parece, a sociedade está sendo convocada não apenas para optar entre dois nomes (Dilma ou Serra), nem entre dois modelos políticos e sociais (progressista ou conservador), mas entre dois mundos: o contemporâneo e o medieval.

Embora alguns já acreditem que nada mais Idade Média do que a realidade atual. Entre outras razões, porque os meios de comunicação há muito tempo se tornaram verdadeiros “feudos”, com alguns “nobres” administrando sistemas compostos por, simplesmente, jornais, emissoras de rádios e TVs e suas afiliadas, além, obviamente, de portais na internet e um balaio imenso de novas mídias.

Entre as características medievalescas da atual campanha, duas são bem visíveis: o destaque para temas como o aborto e a ostensiva presença da Igreja no processo. E não são apenas as chamadas “novas seitas”. A Igreja Católica também está entrando de corpo e ALMA na história. Singelos exemplos são as duas matérias anexas (pra quem quiser mais, a internet tá cheinha...).

É isso aí, José Serra: que tem companheiros políticos como Geraldo Alckmin (há muito tempo acusado de ter ligações com a Opus Dei), só poderia tornar-se o santo preferido do andor formado pelo que uma igreja pode possuir de mais reacionário e anti-cristão!

Abs

Gilson Oliveira

PS.: QUEM TIVER A FIM DE SABER MAIS SOBRE UM CERTO LADO DA IGREJA, USANDO A CATÓLICA COMO EXEMPLO, BASTA IR AO GOOGLE OU OUTRO SITE DE BUSCA E DIGITAR TEMAS COMO:

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O mundo muda. Que bom!

O mundo muda, e essa é a graça. Já pensou de andássemos de quatro até hoje? Ou se não tivéssemos quatro rodas para nos locomover?
O mundo mudou na política, vemos menos ditadura no poder. Houve mudanças no clima; que calor, na moda; que fina, no comportamento; que fogo, na vida sexual, quanta interação.
Hoje eu fui fazer alguns exames de rotina, e junto a mim, tinha uma senhorinha de no mínimo 80 anos. Além de muito bem arrumada e cheirosinha, ela era virgem. Virgindade na atualidade está mais difícil do que passagem aérea barata. Eu imagino que ela tenha um motivo forte para ser virgem, gostaria que ela o dissesse às menininhas que não tiraram nem catinga do mijo, e já estão transando adoidado por aí.
O sexo é como um complemento da balada: hoje eu vou usar tal roupa e transar com tal carinha, ou menininha.
Educação sexual precisa ser cadeira cativa nas escolas, ou o crescimento desordenado da população vai continuar acarretando sérios problemas sociais ao Brasil.

Que o mundo mude, mas com responsabilidade!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hoje eu acordei criança

Hoje eu acordei criança
Ontem eu acordei criança
Ai amanhã, amanhã eu vou acordar criança.
E depois que passar bem muitos anos, e eu estiver bem velhinha, vou continuar acordando criança.
O bom de ser criança é não ter hora pra parar sonhar,
sorrir,
cantar.
Bom mesmo é ser criança, e ter mais crianças ao seu lado.
Do meu computador vejo um berço, lá há um criança dormindo.
Daqui posso ouvir duas crianças almoçando.
Um dia eu vou morrer, mas ainda assim, meu espírito de criança vai vagar por ai.
Por um parque, pelo mar, quero mesmo é sempre amar. E ser criança, é claro.
Feliz dia das crianças pra mim, pra meu bebê, meu marido, minha mãe e todas as outras crianças, que como nós, sabem o valor da vida.

domingo, 10 de outubro de 2010

Esse menino, esse menino...

Tá quente, quentura,
minha cabeça esquenta e me deixa sem ternura
Calor, pavor, me deixa impaciente,
quero um pouco de vento, pra não ficar demente
Meu bebê é calorento, mas sofre sem reclamar.
Bichinho do meu amor, não sabe que pode chorar.
Quero vento, quero árvore,
quero um remendo nessa Camada que arde.
Esse El Ninõ faz coisas que até Deus duvida,
e sua.
Esse Menino só quer esquentar a minha cabeça,
e a sua.

sábado, 9 de outubro de 2010

Abortar o aborto?

A verdade é que eu não concordo com quem diz que política, religião e futebol não se discutem, alguém deve estar tirando proveito disso. Principalmente política, partidária ou não, é inerente ao homem, e precisa permanecer nas discussões do bar, da casa, da praia, da chuva ou da fazenda; das escolas, dos meios de comunicação de massa, do mundo. Discutamos política sim senhor.
E o aborto? Quanto mais ele for tratado como poeira e for colocado pra baixo do tapete, muitas vidas serão mortas. Não é falar em ser a favor ou contra ele, mas ser a favor da vida. Abortar ou não o aborto não deve ser o foco.
A sociedade tem que parar de tratar o sexo como pecado, e encará-lo como uma realidade, algo que é cada vez mais presente na vida dos jovens, e não há como fugir. O problema é o ato em si, acontece de forma irresponsável, e quem paga são os filhos, os que vingam ou não. Hoje sou mãe (SOU MÃE), e mais que nunca trato minhas responsabilidades com inteligência, e desejo que religião e ideologia parem de ser o foco em questão. O aborto existe, é uma peste, e precisa ser encarada.

Não diga sim, nem diga não ao aborto. Diga sim a vida e a discussão do assunto.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Abaixo à ditadura do riso.

E o golpe militar dá espaço ao movimento mais presente na vida dos brasileiros atualmente, a comédia. A comédia está presente nos programas de comédia, como se espera, mas nos de esportes, notícias, policial, drama, amor, sexo, terceira idade. A comédia está na padaria, na fila do banco, na escola, nos postos de saúde, no cemitério. O brasileiro está tão descontente com a realidade que vive que só um pouco de comédia pra esquecer, mas ela já está virando um problema social. Levem o povo à clínica de reabilitação, e só tirem quando essa onda de comédia deixar de ser pão para os cidadãos.
É por essas coisas que no Brasil de hoje o único golpe que cabe mesmo é o da comédia. Em 64 por meio de sangue e censura instalou-se a ditadura no país, muitos foram mortos e torturados, hoje muitos estão desaparecidos, ou os que ainda podem ser vistos, vemos nos seus olhos o gosto de sangue.
Já nas eleições 2010 por meio de risadas, piadas e palhaçadas o fazer política deu espaço ao fazer rir, e não estou falando de rir por terem sido eleitos apenas políticos engajados com a causa do povo, mas por ter feito jogadores, comediantes e afins, os mais novos representantes e administradores da verba pública do país.
1964 é um número de vergonha para a história canarinha, mas agora ele divide espaço com 1 milhão e 300 mil, quantidade de votos que um humorista pode receber ao admitir que está se candidatando à uma vaga que nem ele sabe pra que serve.
Abaixo à ditadura do riso, afinal, eu também quero ter o direito de chorar!


Ah, e para os que acharem importante o deputado federal que elegeu mais "três e meio" junto com ele, tem como nome de batismo Francisco Everardo Oliveira Silva.