Mãos suadas, unhas afiadas, esmalte cor de paixão e um anel
de serpente. Aos poucos tira a aliança, que é pra ter coragem.
Ela, magra com uma cabeça comprida. Família de várias cores
e estilos, ela é diversidade, é brasileira.
Eles são um trio.. O terceiro é magro, comprido e tem a capa
dura.
As mãos suadas pegam a magra, mas trêmulas, a deixam
escorregar pelos dedos. Até que sua tampa é abruptamente retirada. Cheia de dor
ela fecha o olhos e vai de encontro àquele que a possuirá.
Ele está estático, ansioso, até que um vento forte abala
suas folhas e a primeira escrita some aos olhos.
As mãos de unhas afiadas encontram o local exato novamente,
uma espécie de ponto G, e o penetra.
Eles se sentem, se esfregam, se roçam, se arranham... Estão
em ápice, e o único pensamento é de serem eternos. Gemem, suam, gritam, e aos
poucos os filhos do triângulo amoroso vão sendo escritos. A folha sonha, chora,
e jura amor eterno, mas ela acaba e precisa ser virada.
E durante toda aquela madrugada eles se amam, se riscam, se
escrevem, e se penetram para sempre. Se tornam o triângulo amoroso mais
apaixonado e livre: mão, caneta e papel são grandes amantes.
E de orgasmo, lindos textos.