quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Amanda

Amanda amava os muito motivos de estar viva, e isso tem a ver com a lição que aprendeu com sua mãe: Menina, o que importa é estarmos vivos e saudáveis.
E quando levava uma topada, um corte, ou mesmo derrubava sorvete em seu vestido novo, ela pensava na saúde e sorria sozinha ouvindo sua mãe falar.

A menina que amava os muitos motivos, passou a amar os muitos momentos também, dentro deles, as pessoas. Amanda se apaixonou perdidamente, infinitas vezes, amante de tantos corpos e desejos. A noite ou de dia, sua cama era cúmplice do seu desespero por amar.

Amanda amou, amante de tantos, que hoje vive perdida em porta e porta procurando seus amores, por isso toda noite ela saí com alguém diferente para amar loucamente, ser feliz e esquecer as dificuldades. Pois a lição do seu pai era que ela só precisava ter alguém ao lado e seria feliz para sempre. E como ela não consegue amar para sempre, ela ama todo dia intensamente um coração só, um de cada vez, um dia de cada amor. Um sopro e um novo amor.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

No banquinho com Freud

Abri a boca para falar, mostrei os dentes
Escondi os dentes para pensar, mordi a língua
Liberei a língua para sentir, aquele mito
Mito nas horas de medo, medo por litro
Litro é o nosso segredo, espaço místico.

Muitos são velhos, garotos
Poucos são jovens
Os que evoluem na frente, os outros mordem
Muitos são velhos, marotos
Poucos são lordes
Os que evoluem na mente, os outros fogem
Poucos são nobres.

Me pego sentindo o desespero
Me pego no elo e tenho medo
Me chamo para cama, hoje mais cedo
Me calo e durmo, hoje é madrugada.

sábado, 8 de outubro de 2011

Nada como pintar o sete

Nada como pintar o sete
Nada como pintar o sete com as cores que você escolher
Nada como pintar o sete com as cores que você escolher, desistir e escolher de novo.
Nada como pintar o sete com as cores que você escolher, desistir, escolher de novo e pintar um oito.

Essa vidinha não importa muito se você fica pensando em números exatos, cálculos perfeitos e tamanhos corretos. Bom mesmo é misturar cores, gostos, comportamentos, sabores, desejos, mitos, descobertas; desfazer mitos. Tirar as amarras da perfeição e pintar um sete a cada dia, pintar um número, uma letra, uma paisagem, um corpo, um copo, um rosto, um orgão, um dedo. Sem medo, sem medo feito uma criança,que não tem essa palavra no seu vocabulário, dicionário; vida. Vida, é o que eu mais quero todo dia, e todo dia eu morro para nascer de manhã, reaprender a amar a vida, dar valor ao amor e pintar um sete cada dia mais bonito.