segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Abaixo à ditadura do riso.

E o golpe militar dá espaço ao movimento mais presente na vida dos brasileiros atualmente, a comédia. A comédia está presente nos programas de comédia, como se espera, mas nos de esportes, notícias, policial, drama, amor, sexo, terceira idade. A comédia está na padaria, na fila do banco, na escola, nos postos de saúde, no cemitério. O brasileiro está tão descontente com a realidade que vive que só um pouco de comédia pra esquecer, mas ela já está virando um problema social. Levem o povo à clínica de reabilitação, e só tirem quando essa onda de comédia deixar de ser pão para os cidadãos.
É por essas coisas que no Brasil de hoje o único golpe que cabe mesmo é o da comédia. Em 64 por meio de sangue e censura instalou-se a ditadura no país, muitos foram mortos e torturados, hoje muitos estão desaparecidos, ou os que ainda podem ser vistos, vemos nos seus olhos o gosto de sangue.
Já nas eleições 2010 por meio de risadas, piadas e palhaçadas o fazer política deu espaço ao fazer rir, e não estou falando de rir por terem sido eleitos apenas políticos engajados com a causa do povo, mas por ter feito jogadores, comediantes e afins, os mais novos representantes e administradores da verba pública do país.
1964 é um número de vergonha para a história canarinha, mas agora ele divide espaço com 1 milhão e 300 mil, quantidade de votos que um humorista pode receber ao admitir que está se candidatando à uma vaga que nem ele sabe pra que serve.
Abaixo à ditadura do riso, afinal, eu também quero ter o direito de chorar!


Ah, e para os que acharem importante o deputado federal que elegeu mais "três e meio" junto com ele, tem como nome de batismo Francisco Everardo Oliveira Silva.

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