sexta-feira, 27 de maio de 2011

As Orgias de Zé Celso



Zé Celso é daqueles caras, ou mulheres, que dá um boi pra entrar numa orgia, e uma manada pra permanecer. Dessas, eu participei apenas de uma, que foi no Cinema da Fundação, no Evento “Quanto foi 1968”. Amor a primeira vista, eu não me apaixonei só pela carne dele, a conquista de seu por cada palavra que era dita, pelo vinho que tomamos platéia a dentro, e pela certeza de que existem pessoas que sabem ser diferentes em cada escolha.

Destaca-se como um dos principais diretores, atores, dramaturgos e encenadores do teatro brasileiro, ele respira rebeldia desde os anos da ditadura, o que lhe rendeu uma indenização, não que algum dinheiro pague o sofrimento. Em resposta a uma emissora, ele disse que iria gastar o dinheiro com maconha, vinho, remédios e teatro.

Essa é a alma de Celso, na verdade, ninguém que trabalha com teatro, e ninguém que seja Celso Martinez deve ter apenas uma alma.
Irreverente, foi capaz de falar na coletiva de imprensa da novela Cordel Encantado, da Rede Globo, no qual é ator que odeia novela.

Dicotomias a parte, o fundador do Teatro Oficina é um coelho, como ele mesmo já defendeu, que produz e cria muito. Cria sem preconceitos, seus conceitos estão livres, sem roupa, representando a nudez no teatro.

Entre as muitas declarações polêmicas, em uma vida essencialmente polêmica está: O povo está ansioso para se educar, para fumar maconha à vontade. Para mim, é fundamental discutir a liberalização das drogas. Maconha pode trazer saúde, mas isso não é discutido. Ela é um vasodilatador e, para mim que sou cardíaco, é fundamental.

Exemplos como Zé Celso é que fazem com que acreditamos que no Brasil há muita safadeza por debaixo dos panos, mas que fazer por cima fica mais gostoso, inteligente e honesto.

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